quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

METÁFORA DE UM CAOS SILENCIOSO



" Dedicado à Flávio Alencar de quem eu extrai esse título tão expressivo do seu livro homônimo"



Pôr do sol da alma caído do sonho vão da vida,

Jaz inerte a esperança nessa estrada sem saída,

Por esse túnel sem luz, ( trafegar ás escuras é preciso)



Um pôr do sol de fim de tarde, vermelho crepúsculo...

Arde o sol diáfano da alma, mar e sol...

Areia desvanece a vida na palma da mão...



Tal como a vejo, tal como a desejo, tal como a idealizo...

Vida!... vida!... Vida!...

Daí-me trégua!

Vida! vida!

Légua após légua percorrida...



leva a água por suas vagas incertas

Na corrente do saber,

Entre as torrentes arrebatadoras das paixões humanas...

Leva o meu barquinho de papel jornal,

Nenhuma pretensão de nau...

Navegar? Talvez, (sem precisão alguma).

Naufragar? Certamente,

Num pôr de sol de águas profundas

A enterrar-se em águas claras que espelha o radiante sol,

Centelha panorâmica da paisagem surreal

Desses versos loucos a descrever a metáfora de um caos silencioso

Emergido de minhas profundezas como um monstro submarino.


por Leidivan Maldito

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Um tolo e seus versos







Sou apenas um idiota que faz versos
Que guarda pra si um sentimento
Disfarçando meu tormento
Nessa alegre esquizofrenia de um dia enfadonho

Um serafim rebelde
Expulso do céu abstrato dos léxicos funestos
Contido no dicionário cheio de restos.
Tento escrever nessa masmorra de papel
A minha estória trágica e descontente
Narro meu próprio degredo sob o sol do meu medo
Ando entre antônimos e bebo entre interrogações.


Sou a vergonha sepultada
O idiota que escreve destinos
O tolo que fala de si mesmo
Certa vez ,nunca fui quem eu queria
Todavia,contudo
As crianças ainda viram gente
E os adultos viram velhos


Faço versos que mutilam
Feito adagas flamejantes
Que cortam o papel
Escrito por um réu.Chamado meu eu.


Um tolo e seus versos por João Henrique

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009


MINHA TEMERIDADE A TUDO QUE É NORMAL ATINGE PÍNCAROS ALTOS ONDE POSSO VER ANJOS SEM CU CAGAREM SUAS NORMALIDADES.
O homo negocious sapins de wall street NAO TEM MAIS EREÇÃO
Tudo será cavernas sem mitos
A procura de algum Platão com cara de Cristo de fim de semana
Mijaram no mar de Moiséis é no aquario do Free willy
Kadath é gente fina

NO CÉU TODOS SÃO NORMAIS
NO INFERNO QUEM DIRIA
HÁ BUROCRACIA

ATÉ QUANDO VOU SUPORTAR O MANIQUÉISMO DO MEU VIZINHO
O TERÇO AS LADAINHAS
AS CANTIGAS AS MODINHAS.

TRAGÉDIA MISÉRIA

HÓRUS,set
Os DEUSES CELESTES
O Deus Tekuila
Maria parecida
COM jOÃO


TENHO TANTAS TEMERIDADES QUE NÃO POSSO CONTA-LAS
O MUNDO TEM MEDO DE SER MUNDO
O tolo não sabe mais como virar esperto
Como um certo britânico disse “A maioria das pessoas apenas existe”

BORBA GATO ,SÍLVIO SANTOS ,BIL GATES

POLÍTICAS IMPERIOSAS
O estrume esta no ar
O fedor das gravatas chega até aqui
A norma é um precipício sem classe alguma
A BAGUNÇA é UMA FORMA DE SE ACHAR ORGANIZADO

viva! viva ! Au au au au trabalho nosso de cada dia
nem o Snopy nem o Rin-tim tim

AS MADALENAS NÃO MENSTRUAM MAIS
O ÓÇIO É O OFÍCIO DA CRIATIVIDADE

Tudo veio do peido
O peido é a chave do universo
A ideia DA CRIAÇÃO
De Darwin a Tio Patinhas
De Sócrates a Bin Laden
Incomodados com o que
Peidar é preciso . Viver não


ESCREVO POR TENHO DOR DE BARRIGA
POR QUE ME SINTO PÉSSIMO
POR QUE FICO DE PAU DURO

E COMO EM QUALQUER POESIA QUE SE PREZE : O PROFETA FUMA "UM FIDEL CASTRO " PARA CONTEMPLAR AS PREGAS DO CU DO ESQUECIMENTO

JOÃO HENRIQUE

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A dança da sombra



Não vejo nada além de fantasmas;
Sombras de mim que caem sem risco,
Erguem-se para envolver-me numa dança híbrida
O que compreender num rosto sem riso,
Enquanto minha face neutra encilha?
Na leveza dos passos que me carregam
Observo engraçado embaço harmônico
No discreto olhar francês que prega
O empirismo da embriagues do sonho;
Até que a sombra em mim implanta
O derradeiro brilho do canto.

Por Regis Moreira

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Os desvarios do poeta Joaquim

obra: Nelson Magalhães Filho




Meu nome é Joaquim,não tenho o olho esquerdo,e com o direito vi certa vez o diabo andando com um litro de cachaça e achando graça.

Minhas intenções com relação a minha pessoa são as piores que já tive.

Dadinha me deixou quando me achou e nunca mais me procurou,ela engolia centímetros de gente pra sobreviver.
Indigna quando pariu
Mulata quando me amava
Rameira quando apanhava
Mas,quando chorava ,era a mulher que eu amava.


Dadinha apagou,não suportou seu enredo
Entre uma solidão e uma amargura
Seu brilho se fechou.

Estou aqui prostrado vendo sóis esquálidos e horrendos
Misturados ao meu cotidiano apagado
Sem amor ,poesia ou anestésico.

Me faço perguntas:

Quem será Joaquim ?
Será que sou um serafim ?
Sou da rua, malandro
Filho do vicio
Amigo do jogo, amante da capoeira.

Me perco entre mulheres e navalhas
Sofro o agouro sobrenatural da minha cor
Negro,pobre,poeta sem santos e mártires.

NO enterro do meu parceiro faço uma poesia :


E ali vai passando o enterro de Manel do Baço
Manel ! Ó Manel !
Neste instante frio eu te toco
Meu amigo de copo
A cachaça não vai mais matar
Só abençoar meu cumpade o anjo que voa dentro do bar.


Só me resta vender minha força de trabalho
Passar pano,lavar na casa de algum fidalgo
Império ou Republica
Tirania ou paraíso
Quando será que um negro,pobre,poeta vai dar algum sorriso.

João Henrique

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

CANÇÃO DE UM FILHO DA PUTA




Que consagrem-se os amigos
que me trouxeram até aqui
com adornos místicos
e uma grande e brilhante auréola.

Que queimem meus inimigos
que me pintaram
nos muros de Sodoma
como um grande demônio.

Estavamos todos perdidos
quando caiu a noite,
todos nós jogados
todos pelas sargetas.

Irmãos!
filhos da velha puta!
mãe dos homens,
mãe dos desgraçados,
os olhos da verdade
estão cegos...
Ó mãe dos desgraçados!
levai-me para os sórdidos recantos da escuridão,
acalenta-me entre os seus,
alimenta-e com tudo o que é vil,
Ó mãe, ó mãe...
a pureza está perdida
e nada será como antes.


Edson Xavier


A IRA INJUSTA





Venha, venha, venha...
Deus todo poderoso
Deus dos poderes
Roubar a minha única e efêmera vida
Vem dilacerar o meu corpo e roubar a minha alma
Vem fazer o trabalho que não é teu, e sim, dos vermes
Venha, venha, venha
Deus das verdades e cheio das vontades
Vem que tu és forte, vem lutar, vem aniquilar
Nossos desejos, nossa dimensão de humanidade
Vem sacralizar o pecado para garantir a tua existência
Vem escroto!
Vem escroto!
Para que eu possa ver a tua face e arrotar nela
Vem, vem, que eu quero sentir a tua fúria, a tua ira
E poder achar que encontrei a palavra do salvador
Vem trazer o teu rito e a tua sina
Pois tu és O Pai glorificador
Vem, vem, vem
Que eu quero te trair com beijos de sangue
Quero sentir a tua glória e vendê-la por um punhado de moedas
Pois sou humano, vem, pois sou humano
Vem,
Que eu quero te derrubar do pedestal na primeira oportunidade
Venha, venha, venha
Ira injusta, pois farei um vendaval de injúrias.

Roberto Costa Freire.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Desejo e Destino




Quando Cansares das brisas que não trazem chuva!
Quando estiveres seca, envolto a poeira e ao fogo...
Perceberás que o mundo não é mais o mesmo!
Verás que grilos podem trazer sorte!
Que o fim poderá desencadear num temporal
E que o beijo mais louco poderá inundar-te.

OU

Quando Cansares das brisas que não trazem chuva!
Quando estiveres seca, envolto a poeira e ao fogo...
Perceberás que o mundo não é mais o mesmo!
Verás que grilos podem trazer sorte!
Que o fim poderá desencadear num temporal
E que o beijo mais louco poderá inundar-te.
Quando veres o horizonte tremer,
Grita! Grita alto e forte.
Eu te ouvirei.

Mozer Ramos 17/04/09"

domingo, 1 de novembro de 2009

AMERICAN WAY OF LIFE E OUTRAS BANALIDADES.






O fio da condução e um novo par de tênis
O norte do horizonte e um tabuleiro de ilusões
A confluência entre o natural e o gerado
A consciência de não ter consciência,
Não é consciência; é o trabalho alheio, alienação
Linha de produção, doces bárbaros
Festa de consumo, brutos "matutos"
Jaquetas e jeans, Tarzans e afins
Bombons, chocolates e assovios
Cigarros, goma de mascar
E o esquecido povo, mas não tão esquecido assim
Há petróleo, carros e velocidade na esquina
Mulheres de vidro fazem à moda
Há uma "linda" e decadente moral burguesa no ar!
O hálito de mostarda e o hot dog e o cabelo na testa fazem a festa
E a minha ternura anda meio deslocada
Ando meio torto e na contramão da história
Pois ainda uso ceroulas e peido azul!
Viva o way!
Viva o Life! E outras banalidades
Viva a língua inglesa
Pois por aqui nos trópicos
Só se conhece cabeça e língua de porco
Viva o mundo homogêneo e a desigualdade
Viva o homem pomba-rola e a discoteca global!

Roberto Costa Freire.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Prisão de ventre



Quando segurei um corpo frio,
Lavado por pedras fecais...
Percebi sua voz clamar por vida!
Em um paralelo entre lugares
Que eu jamais poderia chegar.
Aquele ser, mergulhava no rio
Mais escuro do seu deus;
Depois voltava inteiramente cansado!
Com carvão e urucu nas mãos,
O rosto melado de barro;
Trazendo em prece os restos de comida
De um almoço que ele não comeria.
Como absorver vida?
Se expelir é a insígnia de um condenado?
Ainda havia uma razoável quantidade de sopros
Saindo daquele amontoado de pele pútrida;
Sua face causava uma intensa violência,
Pra que a vida, se tornasse inútil...
Por sua vez, num grande esforço,
Os sopros se tornaram palavras!
Criou-se um envoltório de lamentos,
Conheci a verdadeira náusea...
Um esforço que me fez acreditar
Que o ser humano seria a maior criação;
Então, conheci um método chamado “lavagem”;
Pela primeira vez, enxerguei a amargura
De uma alma, refletida claramente num olhar...
Não sentia nem pulsar o coração!
Anseios, desejos, metas, esperança?
Tudo saía de maneira espalhafatosa pelo reto,
Seu credo era no inferno!
Até o dia que nada sairia mais;
Foram seis incansáveis dias de prisão,
De tudo que ninguém deseja dentro de si.
Ainda posso escutar seus gritos
Ao enfiarem o terrível instrumento
Naquilo que o destruía;
Acabaram gritos, voltaram sopros,
Acabaram sopros, apenas lamentos soavam...
Após os lamentos?
Apenas o barulho das rodas da maca
Que o levava para o fundo das águas negras,
Para o barro sórdido que trazia na face.

POR REGIS MOREIRA

Prisão de ventre


Quando segurei um corpo frio,

Lavado por pedras fecais...

Percebi sua voz clamar por vida!

Em um paralelo entre lugares

Que eu jamais poderia chegar.

Aquele ser, mergulhava no rio

mais escuro do seu deus;

Depois voltava, inteiramente cansado!

Com carvão e urucu nas mãos,

O rosto melado de barro;

Trazendo em prece os restos de comida

De um almoço que ele não comeria.

Como absorver vida?

Se expelir é a insignia de um condenado?

Ainda havia uma razoável quantidade de sopros

Saindo daquele amontoado de pele pútrida;

Sua face causava uma intensa violência,

Pra que a vida, se tornasse inútil...

Por sua vez, num grande esforço,

Os sopros, tornaram-se palavras!

Criou-se um envoltório de lamentos,

Conheci a verdadeira náusea...

Um esforço que me fez acreditar

Que o ser humano seria a maior criação;

Então, conheci um método chamado “lavagem”;

Pela primeira vez, enxerguei a amargura

De uma alma, refletida claramente num olhar...

Não sentia o pulsar do coração!

Anseios, desejos, metas, esperança?

Tudo saía de maneira espalhafatosa pelo reto

Seu credo era no inferno!

Até o dia que nada saira mais;

Foram seis incansáveis dias de prisão,

De tudo que ninguém deseja dentro de si.

Ainda posso escultar seus gritos

Ao enfiarem o terrível instrumento

Naquilo que o destruía

Acabaram gritos, voltaram sopros.

Acabaram sopros, apenas lamentos soavam...

Após os lamentos?

Apenas o barulho de rodas,

Da maca que o levava para o fundo das águas negras;

Para o barro sórdido que trazia na face.


Á J. H. Karamazov.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Poema da buceta cabeluda



A buceta da minha amada
tem pêlos barrocos,
lúdicos, profanos.
É faminta
como o polígono-das-secas
e cheia de ritmos
como o recôncavo-baiano.

A buceta da minha amada
é cabeluda
como um tapete persa.
É um buraco-negro
bem no meio do púbis
do Universo.

A buceta da minha amada
é cabeluda,
misteriosa, sonâmbula.
É bela como uma letra grega:
é o alfa-e-ômega dos meus segredos,
é um delta ardente sob os meus dedos
e na minha língua
é lambda.

A buceta da minha amada
é um tesouro
é o Tosão de Ouro
é um tesão.
É cabeluda, e cabe, linda,
em minha mão.

A buceta da minha amada
me aperta dentro, de um tal jeito
que quase me morde;
e só não é mais cabeluda
do que as coisas que ela geme
quando a gente fode.

Por Bráulio Tavares

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Espetáculo da inutilidade




Os óculos escuros
são como vendas da alma.
A tela da TV
ilude os que não tem imaginação.
A música que toca no rádio
transborda insensatez sem linearidade.
Os corpos que desfilam na passarela
são amontoados de células mortas
que exprimem de maneira singela
a fraqueza do espírito humano.

Da escuridão fria do meu quarto
ouço lamentos de corpos famintos .
Da escuridão fria da minha vida
reconheço nas entrelinhas
o desespero das almas perdidas
pelas estradas iluminadas da fé,
pelos caminhos esburacados da falta de fé.

Por isso me pergunto
até o último minuto
atônito e moribundo
se poderia ajudá-los,
mas sei que não,
pois nem posso ajudar a mim,
perdido nas estradas mal iluminadas e esburacadas
fazendo simplesmente nada
para mudar o script
desse triste espetáculo,
de muitos atores famintos
enquanto muito poucos
se alimentam
da miséria alheia.

por Elkson

terça-feira, 6 de outubro de 2009

JARDINS DE MÁGOAS

foto:Grupo Teatral Farinha Seca

Tulipas banguelas acenam amputadas

nos jardins de mágoas trava o artista

a sua árdua batalha expressiva em busca da beleza

saúdo a leveza da vida abrigo obscuridades

demências tangidas demências vividas demências desejadas

calor estéreo transpira o corpo nordestino

o sol que incomoda transborda o céu de luminosidade expressiva

melancolia me domina me atravessa noite a dentro

insónias pesadelos e palpitações prenunciam a presença do diabo

que me tenta ao suicídio

todos os homens estão fadados a morrer

e como diria Becket todos temos que nos conformar pois o inferno nos aguarda

além da estrada no além túmulo post mortem ha! ha! ha!!!

nenhuma transcendência me amedronta ou me provoca

tanto quanto a vida tal qual ela é

the dark side of the moon

a noite persiste com os seus demônios alados

feito pernilongos a perturbar-me o sono

a noite desperta o artista sonâmbulo de inquietações

delirium tremens bombardeiam o tédio

venenos de eletricidade açoitam meu corpo hedonista

e eu falava em tulipas

flores decepadas carnívoras e muchas adornam os jardins dos morros narcóticos

a guerra civil banha em vermelho o sol da tarde inútil de domingo

que cheira a tédio e a naftalina

escuto o rap requiém das favelas chapadas de armagedom

ao som de violinos distorcidos e toscos

adormeço no caos silencioso do inferno kafkiano que habita em mim.

POR LEIDIVAN MALDITO

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Vida

foto:Grupo Teatral Farinha Seca

Histórias de vento, contos de areia, memórias do mar, dores do sol. Moscas varejeiras que circulam sob meu cérebro e se alimentam da podridão de minha alma, fecundam a lama que se acumula em minha boca com o que há de vivo, com o que há de vil, com o que há... Vida! Essa velha bandida que nos dá o que não queremos, que nos serve o que não devemos recusar... Vida! Quando me trouxeram a cabeça em uma bandeja eu ri, ri de mim e ri do mundo. Meu velho amigo, meu velho falso amigo, pra onde caminhamos nesses dias turvos? Para onde vamos enquanto não temos para onde ir? Estaríamos melhor inertes? Plantados sobre o Monte Zion a observar a chuva de balas? Minha cabeça dói! Meu coração encerra uma velha maldição... Eu sei que estou perdido, mas quem não está?! Então, prefiro semear a terra com meus olhos e regar com sangue, meu sangue e o sangue de meu filho. Mas não nutra esperanças vãs, afinal ainda estamos vivos

Edson xavier Ferreira

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ode ao cigarro




A você que alivia minha tensão.
A você que faz subir minha pressão.
Fode e desgraça meu coração.
Suja e aniquila meu pulmão.

'Amigo' sempre presente na hora difícil.
Alimenta e satisfaz o meu vício.
Trás nos momentos de solidão, benefício.
Depois a tosse, o câncer, o suplício.

Não consigo mais me separar de você.
Sem te ter nas mãos e pulmões, não consigo me entreter.
Nem acalmar o meu constante desespero,
Se não sinto sua fumaça, seu cheiro.

Um dia morrerei por sua causa(ou não).
Mas enquanto esse dia não chega,
Contamino a podridão do meu corpo,
Sossego os martírios da minha alma.

POR ELKSON

terça-feira, 1 de setembro de 2009

PARTES E TODOS


Lanugens são deixadas pra trás.
Tuas penduras me satisfazem.
Cada rastro seu merece perseguição.
Adereços responsáveis pela minha tardia vida.
Teus ornatos, Meu cordão umbilical.
Meus adornos são simples.
Sentimento enredado, Solução simples.
Jogue-me em ti, Me chame de teu.
Teus atalhos, Multidões avassaladoras.
Sem ti, Aflição crônica. Mundo anacrônico!
Se és chave, amo teu chaveiro.
Se és geladeira, amo teus ímas.
Quanto as chaves e geladeiras, sobejo extremo.

Mozer Ramos
15/01/08

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O FOGO NOSSO DE CADA DIA


foto:João Henrique
O FOGO AMEDRONTAVA OS ANJOS
MAS ALEGRAVA OS DEMÔNIOS
O SOL FAREJAVA AS TARDES
A LUA CHEIRAVA SUAS MADRUGADAS
E EU AMARRADO EM VÍCIOS ENVOLTO EM FEBRES

ME DEEM UM PROPÓSITO E VOS DAREI UM HOMEM SEM CAUSA.
APENAS O VÍCIO DE EXTISTIR ME INTERESSA

ARDER EM CHAMAS
ARDER EM INFÂMIAS
O CALOR DE UMA VAGINA
DE UMA PUTA DE UMA MESSALINA

FOGO!
FOGO!

QUEM ENTRE NÓS NÃO PRECISA DE FOGO ???
ACENDERAM HIROSHIMA
ACENDERAM NAGASAKI
E DEPOIS JOAN D'ARC

O CONTRÁRIO TEM MAIS AVESSOS QUE O RECOMEÇO
E QUANTO MAIS EU DESÇO....
O OPOSTO DE TUDO É COISA NENHUMA
O VAZIO TEM MAIS VÁCUO QUE O FUNDO DO NADA
COISA NENHUMA TEM MAIS NADA QUE A MINHA VIDA
TEOREMAS OBSCUROS, TRIGONOMETRIAS, HIPOTENUSAS.

EU MATO PROFETAS
NÃO ME CONTEM SOBRE A MINHA SEMANA
E NÃO VOS REVELO SEUS AMANHAS

NECESSITO DE CALOR !

QUERO O FOGO NOSSO DE CADA DIA
O SUOR DE EXISTIR. O ODOR DE PERECER
LIBERTINAGEM CASUAIS ME INTERESSAM
DEGREDOS EM DIAS DE TROVÕES NÃO ME ASSUSTAM MAIS
SALVE PROMETEU E SEUS ABUTRES.



VOU EMBORA E DEIXO
O FRIO NA ALMA DO POETA.

JOÃO HENRIQUE

Alumbramento



Teu canto de mar dizia-me coisas
Sobre línguas e chuva,

Naufrágio de bocas em praça pública

( A pele se evaporando em sal )

Perco meus brinquedos
E já não sou mais tão criança.

Nem meus barcos eram assim de papel
No teu córrego noturno.

Toda a tua água, invasão... Delírio.

Quero a tua esquadra de mil canhões
Apontados para o meu peito inerme.

A ferida aberta nos lábios, o gosto de sangue
Diluído em álcool e saliva.

A profusão das tuas mãos
Estrangulando minha última inocência.

Você, a lâmina que liberta meu pulsos
Inoculados de pesadelo

A rebelião dos meus hospícios.

RONALD FREITAS

terça-feira, 18 de agosto de 2009

............


Uma sombra me persegue
eu a persigo
dentro da escuridão
quando ando na noite
à beira do abismo...
Ah! Uma sombra me perseguenos lugares onde vou!
Por todos os dias,
pro resto da minha vida.
uma sombra...uma sombra.
a fumaça dos cigaros...
seu cheiro.
Seu gosto no próximo copo.
Uma sombra...
costurada aos meus pés tal qual Peter Pan.
Quantas noites fugi,
quantas noites a busquei
nos bares,
nas ruas,
nos sonhos
sempre me encontro,
negra sombra,
pisando sobre os teus passos

Edson Xavier Ferreira

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O E-DIFÍCIL DE SI MESMO


Cuspi os meu pregos para com eles se edificar a minha nova morada
de mim mesmo habitada.
Lavei com unguento e bálsamo o meu ego de violência auto dirigida.
Condeno a fraqueza apenas dos meus atos sou senhor e escravo.
Dos outros, me entretenho apenas em observar.
Participo do caos contemporâneo como espectador ensimesmado.
O mundo é para mim uma janela
Aonde eu saltarei ao alado céu aberto que me convida a transpor o meu universo.
Como a criança, me entretém com a simplicidade das coisas,
Me perco em cores...
E muito além dessa cinza pálida realidade que cerca...
Tenho sempre vinho a correr em minhas veias
Para contemplar a arte da vida.
E um burburinho universitário traz a tona a lógica
E o en-fado das aulas sem graça.

Por Leidivan Maldito

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O E-DIFÍCIL DE SI MESMO



Cuspi os meu pregos para com eles se edificar a minha nova morada

de mim mesmo habitada.

Lavei com unguento e bálsamo o meu ego de violência auto dirigida.

Condeno a fraqueza apenas dos meus atos sou senhor e escravo.

Dos outros, me entretenho apenas em observar.

Participo do caos contemporâneo como espectador ensimesmado.

O mundo é para mim uma janela

Aonde eu saltarei ao alado céu aberto que me convida a transpor o meu universo.

Como a criança, me entretém com a simplicidade das coisas,

Me perco em cores...

E muito além dessa cinza pálida realidade que cerca...

Tenho sempre vinho a correr em minhas veias

Para contemplar a arte da vida.

E um burburinho universitário traz a tona a lógica

E o en-fado das aulas sem graça.



Por Leidivan Maldito



domingo, 19 de julho de 2009

A queda



Minha mente doente
de forma injusta
para mim mente,
criando ilusões
absurdas e imponentes,
trazendo a tona
meus escritos incompetentes
minha dor e estupidez
e a incoerência que ninguém sente.

Meu corpo doente
caracteriza algo inconsciente
que as pessoas vêem friamente,
que entre tantos seres vis e decentes
é só um corpo doente
que engana toda gente
doente como minha alma
doente como minha mente.

Por Elkson

Televisão



Percebo em flashes desconexos
o absurdo espetáculo hipnótico
do ser concreto e despótico
no mundo mesquinho e caótico
onde vivo moribundo e perplexo.

Tens o poder e a força
comanda de forma alienante
leva alguns ao grito rompante
na tentativa frustrada do levante
que transforma-se na lúcida forca.

Deus-cubo-luminoso-sonoro
apreensiva, a humanidade te venera
e trata como hereges, àqueles, para quem tu és quimera
por mais que sejas vil, tua ilusão, é o que que a multidão espera
enquanto eu, herege, te olho e ignoro.


por Elkson

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Vale de lagrimas






Nas asas do mais soberano pássaro
Através do infinito oceano
As lendas misticas de um vale de lagrimas
Refletem o clarão das estrelas
O foco de meus desejos estão navegando em direção ao sol
Para a ilha dos eternos apaixonados
Vaga minha alma elucida pela noite escura e sombria Onde tú estás, amor que me alucina? Meu corpo deseja o teu, Meus lábios fantasiam teu gosto E meu coração anseia pelo momento sublime do amor contigo... Não posso ver o brilho dos teus olhos... Injusta distância que me sega.... Ah! Meu amor... Que amarga são as noites que passo sem ti... Desfaz essa amarga distância e vem logo me amar... Me beije com essa tua boca e me leve ao orgasmo desejado... Sofrimento que flue nas sombras de sua imagem radiante
Que outrora ecoou no silêncio de noites Solitárias Em gemidos ofegantes de prazer do ardente amor Que se alimenta de sentimentos... Desejo teu amor com o máximo de minha vontade
Cavalgue para sempre à frente da linha do sol
Onde as esperanças e os sonhos são a marcha eterna
Onde o nascer sobre o luar do inverno brilha
Sobre a queda das nossas vidas
Choro tua ausência... e escuto apenas o eco dos meus próprios soluços,
Minha alma respira a tristeza da solidão,
Meu coração suspira por perder uma paixão.
Meu espírito se perde
Eu fico sem rumo , perdido
Minha alma cede, meu amor fica sem sentido.
No meu interior profundo , secreto e desconhecido,
Não encontro teu amor pois ele já tinha morrido

Autor: Daniel Bezerra

Castigo

Acordei com o peito apertado
Uma agonia incessante
Lembrei-me de algo
Meu coração dilacerado
Devia ser um sonho
Ao abrir os olhos
Percebi então...
Que eu realmente estava
Vivenciando aquele pesadelo
Que me atormentava noites adentro
Agora esse pesadelo é real
E já não sei mais o que fazer
Sem um rumo certo
Sem um objetivo concreto
Apenas problemas vindo
dilacera a minha vida
Gostosa de ser vivida
Já não a conheço mais
Já não sou mais capaz
Já não sei o que é viver
Se devo passar por isso
Não sei...
Mas o que importa é que
Quem realmente tem paz
Será mais feliz sem mim
Eis aqui minha dor
que me causa até tremor
sentimentos a todo fervor
paixão, decepção, sofrimento, pavor
O que carrego comigo
Fonte ilimitada de amor
Sempre abalada pelo castigo
Vagando!
Chorando!
sem a minha Incansável busca de amparo
Destruído me perco no silencio.



Autor: Daniel bezerra.

As vésperas do acaso





Todas as minhas vidas me cobram dividas que já prescreveram
Em cada manhã me abandono entre fúrias
E me desloco entre madrugadas
Geralmente durmo geralmente acordo
É de vez em quando sou mesmo

Estou as vésperas de me ver
Será dias dos finados ?
Ou outro feriado qualquer sem propósito
Saibam que minha vida não tem medo de morrer

Todas as minhas vidas me cobram dividas que já prescreveram
A vida passada não me abandona jamais
A vida presente faz questão de dizer que existe
A vida futura sempre me ameaça e diz que estar pra chegar

Escrevo para denunciar a mim mesmo e aos outros
Estou ás vésperas do acaso
Feliz do homem que se alimenta de sua fome
Enquanto os outros não comem nada eu simplesmente devoro tudo

JOÃO HENRIQUE

ESQUIZO


Que se danem!
Não tenho maiúsculas alegorizantes. Tenho tédio.
E existe algo mais alegorizante e sublimador
Para o espírito criador e inquieto de um artista do que o tédio?

Que se danem!
Não quero um séquito nem ovelhas ao meu redor.
Em minha companhia, prostitutas e bêbados harmonizam-se simetricamente,
Eles são os demônios alados de ébrias noites pandemônicas sempiternas.
A necrópole é o meu habitat natural,
A fome e o frio adornam o meu espírito esquizofrênico.

Por Leidivan Maldito

sexta-feira, 3 de julho de 2009

ASSOMBRAÇÃO


"O futuro do poeta é ser uma assombração"
( André Bréton )

Olhem só que linda , rara e exótica espécime em vias de extinção.
Essa abominável assombração, como preverá Bréton,
Ainda continua viva (embora moribunda e coxa)
A assombrar os incautos.

E quão grande é a estranheza com que os olhos comuns reagem
Ao se depararem com essa esdrúxula,efêmera e fenomenal figura incotidiana,
Fora de contexto e desgastada pelo desuso e esquecimento.

mas tú vives ainda...
Ò desafortunado, incompreendido e maldito poeta!
Mil vezes maldito és tú, ó pitoresco sobrevivente!
Todos te olham feito turistas em terras desconhecidas.

És tú poeta que, estoicamente habitas esse mero depósito de gente
Que são as cidades tão vazias e inexpressíveis sem a tua arte...
Um dionisíaco brinde a ti, poeta!
resistente sobrevivente das trevas,
Da lúgubre e fria escuridão pútrida
Que é o esquecimento inerte dessa nossa pobre gente.

Amaldiçoado como a alma de um suicida
Vagando esquecido no limbo.
Audacioso a nadar num dia frio, ao esquecimento do sol
Nas águas infernais do Aqueronte.

Ès tú poeta, que desafias o mundo
Criando um novo mundo com a tua profana arte,
Escrevendo sozinho a luz de fúnebres velas...
Ò chama maldita que ilumina os obscuros caminhos
Dessa vida mal-me quer!

E no infame exercício desse profano ofício
Tornas-te a tua vida num estado de loucura e êxtase permanente.
"De profundis clamabo", "ad majorem gloriam ad te!"
ò meu igual, minha ponte quebrada no labirinto do caos!

POR Leidivan Maldito

domingo, 31 de maio de 2009

ROBERTO PIVA AGOSTO DE 1964


O OBJETIVO DE TODA A OBRA DE ARTE E DE TODA A POESIA FOI SEMPRE UMA MENSAGEM DE LIBERTAÇÃO TOTAL DOS SERES HUMANOS ESCRAVIZADOS PELO MASOQUISMO MORAL DOS PRECONCEITOS,DOS TABUS,DAS LEIS A SERVIÇO DE UMA CLASSE DOMINANTE CUJA A OBDIÊNÇIA LEVA-NOS PREGUIÇOSAMENTE A CONCEBER A SOCIEDADE COMO UMA MÁQUINA QUE DECIDE QUEM É NORMAL E QUEM É ANORMAL.PARA A SOCIEDADE UTILITARISTA DO NOSSO TEMPO ,A PROVA MÁXIMA DE NORMALIDADE É A ADAPTAÇÃO DO INDIVÍDUO À FAMÍLIA E À COMUNIDADE.NUMA SOCIEDADE ASSIM ESTRUTURADA,TODAS AS VIRTUDES, DIGO TODAS ,ESTÃO A SERVIÇO DO PRINCÍPIO DA UTILIDADE.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

NOSSO MANIFESTO

O OBJETIVO DE TODA A OBRA DE ARTE E DE TODA E POESIA FOI SEMPRE UMA MENSAGEM DE LIBERTAÇÃO TOTAL DOS SERES HUMANOS ESCRAVIZADOS PELO MASOQUISMO MORAL DOS PRECONCEITOS,DOS TABUS,DAS LEIS A SERVIÇO DE UMA CLASSE DOMINANTE CUJA A OBDIÊNÇIA LEVA-NOS PREGUIÇOSAMENTE A CONCEBER A SOCIEDADE COMO UMA MÁQUINA QUE DECIDE QUEM É NORMAL E QUEM É ANORMAL.PARA A SOCIEDADE UTILITARISTA DO NOSSO TEMPO ,A PROVA MÁXIMA DE NORMALIDADE É A ADPTAÇÃO DO INDIVÍDUO À FAMÍLIA E À COMUNIDADE.NUMA SOCIEDADE ASSIM ESTRUTURADA,TODAS AS VIRTUDES, DIGO TODAS ,ESTÃO A SEVIÇO DO PRÍNCÍPIO DA UTILIDADE.

ROBERTO PIVA AGO/64







segunda-feira, 2 de março de 2009

ALTAR AO DESCONEXO


Da alvorada ao crepúsculo
Todos fazem misérias ao próximo
Mas, as igrejas prometem.
E os homens cumprem
O seu vizinho faz guerra
Sua mãe pega um terço
O vigário dar o cu
É sai na televisão.se tem criança
Só nos resta rezar pelas pregas perdidas
Os pais pedem indenização
O iraque vira o crak
Consuma e morra
Guantanamo nudez,sodomia e direitos humanos
Salve Sadam Hussem consegui morrer de forma democrática
Milhões de americamos pediam sua cabeça.

Os sanitários também são felizes
As flores podem ser cheiradas
A merda é sempre a mesma
O que muda é a bunda :
Judia ,árabe,muçulmanos
Africana,sunita,brasileira
Americama.



As bucetas tem poder !
Impérios já caíram por causa delas ,até religião foi criada
Ana Bolena,Cleópatra, Mônica Leviski
O fogo amigo mata mais que a paz armada
O amor já deu mais que o ciúme
E já fudeu tantas contas bancárias

O papa gostava da suástica
E adora retrocesso
A ditadura será que volta?
e a dita branda ?

Acho que vou levar oferendas ao Deus Prozac
Retorcer minhas agonias .Voar pelo mundo encantado do comprimido azul


Tudo me incomoda desde a cera do meu pau até ao catarro do meu adversário
A menopausa da velha macumbeira o cuspe do Tranca Rua
A rotina seca do meu cotidiano
A véspera aziga de um feriado natalino
A proposta de me tornar bom
Minha conta bancária

Quero uma velha fanha
Um peito mole ,a esmola dos franciscanos
vou arrotar o mundo
defecar em Brasília mijar em New York
observar nossa Gothan city brasileira
com seus morcegos de terno e auxílio moradia
em suas últimas honestidades.


Meu altar é minha carne que vaga sem sentido
O rumo que dou a minhas palavras
E a vergonha a revolta .Que dá mil voltas
Em torno de mim.

JOÃO HENRIQUE

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Hospícios oceânicos em terra firme






Em meio há um oceano de psicotrópicos
Os fatos não me mandam recados
Simplesmente aparecem
O tempo se desfaz em um mormaço azedo sem brisa
Eu quero maremotos ,,mas tudo não passa de tentativas pálidas
De um mar sem ondas.
Oceanos metamórficos transmutados em recifes rasos
Onde crustáceos loucos perambulam procurando a próxima boca de fumo

Meu aquário chacoalha tempestivamente borbulhando atlântidas esquecidas nos mapas dos marujos bucólicos
Tubarões dantescos e esquizofrênicos suplicam por valium 10
Peixe espadas duelam como Rimbaud e Verlaine
Enguias mascaradas eletrocutam cardume pra saquear
Águas vivas com sede de Nero incendeiam plânctons indefesos
E o mar adormece em volto em um lençol medroso de pânico trovejante
As águas contorsem-se em súplicas a Netuno
Ninfas marinhas milindrosas afanam algas do poço de um Tritão maluco
Carangueijos fanáticos vomitam sua fé matreira na toca de uma arraia sem crença .


por JOÃO HENRIQUE

Hospícios oceânicos em terra firme

Em meio há um oceano de psicotrópicos

Os fatos não me mandam recados

Simplesmente aparecem

O tempo se desfaz em um mormaço azedo sem brisa

Eu quero maremotos ,,mas tudo não passa de tentativas pálidas

De um mar sem ondas.

Oceanos metamórficos transmutados em recifes rasos

Onde crustáceos loucos perambulam procurando a próxima boca de fumo



Meu aquário chacoalha tempestivamente borbulhando atlântidas esquecidas nos mapas dos marujos bucólicos

Tubarões dantescos e esquizofrênicos suplicam por valium 10

Peixe espadas duelam como Rimbaud e Verlaine

Enguias mascaradas eletrocutam cardume pra saquear

Águas vivas com sede de Nero incendeiam plânctons indefesos

E o mar adormece em volto em um lençol medroso de pânico trovejante

As águas contorsem-se em súplicas a Netuno

Ninfas marinhas milindrosas afanam algas do poço de um Tritão maluco

Carangueijos fanáticos vomitam sua fé matreira na toca de uma arraia sem crença .

O RIO


Espinhos na carne
Vodu anestesiado
A dor:
Consciência indolente.

Ridículo e frágil
Fiozinho de existência
Esvaindo-se.
Incolor!

Passa como um rio
São menos águas
Erosão e areia
Margens alquebradas.

O rio é uma estrada
Cemitério de ilusões
Foz
Horizonte zero.

Desembocadura
Onde tudo é mar.

Não há sereia
Nem monstro
Há o abismo
No fundo...

08/11/ 2008.
Ivan santana