quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Hospícios oceânicos em terra firme






Em meio há um oceano de psicotrópicos
Os fatos não me mandam recados
Simplesmente aparecem
O tempo se desfaz em um mormaço azedo sem brisa
Eu quero maremotos ,,mas tudo não passa de tentativas pálidas
De um mar sem ondas.
Oceanos metamórficos transmutados em recifes rasos
Onde crustáceos loucos perambulam procurando a próxima boca de fumo

Meu aquário chacoalha tempestivamente borbulhando atlântidas esquecidas nos mapas dos marujos bucólicos
Tubarões dantescos e esquizofrênicos suplicam por valium 10
Peixe espadas duelam como Rimbaud e Verlaine
Enguias mascaradas eletrocutam cardume pra saquear
Águas vivas com sede de Nero incendeiam plânctons indefesos
E o mar adormece em volto em um lençol medroso de pânico trovejante
As águas contorsem-se em súplicas a Netuno
Ninfas marinhas milindrosas afanam algas do poço de um Tritão maluco
Carangueijos fanáticos vomitam sua fé matreira na toca de uma arraia sem crença .


por JOÃO HENRIQUE

Hospícios oceânicos em terra firme

Em meio há um oceano de psicotrópicos

Os fatos não me mandam recados

Simplesmente aparecem

O tempo se desfaz em um mormaço azedo sem brisa

Eu quero maremotos ,,mas tudo não passa de tentativas pálidas

De um mar sem ondas.

Oceanos metamórficos transmutados em recifes rasos

Onde crustáceos loucos perambulam procurando a próxima boca de fumo



Meu aquário chacoalha tempestivamente borbulhando atlântidas esquecidas nos mapas dos marujos bucólicos

Tubarões dantescos e esquizofrênicos suplicam por valium 10

Peixe espadas duelam como Rimbaud e Verlaine

Enguias mascaradas eletrocutam cardume pra saquear

Águas vivas com sede de Nero incendeiam plânctons indefesos

E o mar adormece em volto em um lençol medroso de pânico trovejante

As águas contorsem-se em súplicas a Netuno

Ninfas marinhas milindrosas afanam algas do poço de um Tritão maluco

Carangueijos fanáticos vomitam sua fé matreira na toca de uma arraia sem crença .

O RIO


Espinhos na carne
Vodu anestesiado
A dor:
Consciência indolente.

Ridículo e frágil
Fiozinho de existência
Esvaindo-se.
Incolor!

Passa como um rio
São menos águas
Erosão e areia
Margens alquebradas.

O rio é uma estrada
Cemitério de ilusões
Foz
Horizonte zero.

Desembocadura
Onde tudo é mar.

Não há sereia
Nem monstro
Há o abismo
No fundo...

08/11/ 2008.
Ivan santana